sábado, 2 de outubro de 2010

Para não esquecer

O tempo tem destas coisas: ameniza, suaviza, deixa-nos na boca aquele gostinho do essencial, e deita fora tudo o acessório. Umas vezes para o bom, outras nem tanto, o tempo é mesmo assim, e por isso gosto de escrever na altura: registamos os detalhes e os pormenores com a minúcia que o tempo eventualmente acaba por levar, afagando-nos essas pequenas crostas que vão saltando e se perdem... com o tempo. Com pena não escrevi na semana de férias alentejana , e acabei por não registar os cheiros, as cores, os sons, as casas, as ervas, as árvores que dele fazem parte e que naquele momento dele faziam parte. Mas entre outras coisas, não esqueço da casa onde ficámos. Gostei tanto, mas tanto, que consigo afirmar que se tivesse uma segunda casa, gostava que fosse assim. Claro fazia umas modificações, uns incrementos, mas é aquilo, definitivamente é aquilo, é Alentejo, é história, é vida, são muitas vidas escondidas... entreabertas.


Como dizia, não escrevi na semana de Alentejo. Mas no meio de uma tarde sem praia passada em casa a olhar pela L. que ficou doente (apesar de não parecer...), acabei por fotografar alguns daqueles pormenores que o tempo apaga. Agora que olho para trás vejo uma tarde saborosa, aconchegada e surpreendentement agradável. Para juntar à memória futura, aqui fica um cheirinho daquele Alentejo... e da L.

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