quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Balançar

Balançar

Há músicas assim, que ouvimos sem parar. Não ouvia Mafalda Veiga há talvez duas dezenas de anos, e o Tiago Bettencourt bem... de vez em quando lá dava uma espreitadela mas assim a fundo a fundo... talvez uns 5 aninhos, desde o famoso álbum Esquissos. Em diferentes fases da vida fiquei por algum tempo viciada nas suas músicas, ouvindo o mesmo tema vezes sem fio, decorando as letras até à mais ínfima palavra, interpretando o seu significado, cantando e cantando, procurando o tom mais adequando à minha voz. Hoje fui surpreendida por este Balançar, que ouço compulsivamente há mais de 30 minutos. O tema em si... é bom, acho que é mesmo bom, mas acima de tudo traz à memória aqueles anos de adolescência, as longas horas para sonhar, pensar, escrever, ouvir música, OUVIR música. Faz-me pensar que este Balançar foi cozinhado com os mesmos ingredientes viciantes que o Tiago B. e a Mafalda V. utilizaram nas suas músicas há muitos anos atrás. E eu... fui outra vez apanhada no vício.

Ajudar



Já foi há várias semanas, senão meses, que adquiri esta mala. Não é uma mala qualquer, mas feita pelas reclusas do Estabelecimento Prisional de Tires através do projecto Reklusa, que procura a reintegração da população reclusa na vida profissional. Sabe bem ajudar, e neste caso chamou-me a atenção o dinamismo do projecto e o detalhe e o bom gosto destes artigos, que são feitos manualmente pelas reclusas com tecidos oferecidos. E gostei tanto das malas, e soube tão bem ajudar, que acabei por adquirir mais uma para oferecer (não posso ainda dizer para quem!!).

A princesa e os anões


Sábado passado fiz um fantástico workshop de Introdução à Costura da Rosa Pomar. O entusiasmo foi muito e o resultado excelente: aprendi a costurar, o que há muito queria fazer, a Rosa explica muito bem e o ambiente é agradável e descontraído. Acima de tudo: senti-me tão viva!

No domingo pelo almoço já tinha terminado o TPC, uma almofada de alfazema apelidado pelo meu filho V. de "A princesa e os anões".

sábado, 2 de outubro de 2010

Para não esquecer

O tempo tem destas coisas: ameniza, suaviza, deixa-nos na boca aquele gostinho do essencial, e deita fora tudo o acessório. Umas vezes para o bom, outras nem tanto, o tempo é mesmo assim, e por isso gosto de escrever na altura: registamos os detalhes e os pormenores com a minúcia que o tempo eventualmente acaba por levar, afagando-nos essas pequenas crostas que vão saltando e se perdem... com o tempo. Com pena não escrevi na semana de férias alentejana , e acabei por não registar os cheiros, as cores, os sons, as casas, as ervas, as árvores que dele fazem parte e que naquele momento dele faziam parte. Mas entre outras coisas, não esqueço da casa onde ficámos. Gostei tanto, mas tanto, que consigo afirmar que se tivesse uma segunda casa, gostava que fosse assim. Claro fazia umas modificações, uns incrementos, mas é aquilo, definitivamente é aquilo, é Alentejo, é história, é vida, são muitas vidas escondidas... entreabertas.


Como dizia, não escrevi na semana de Alentejo. Mas no meio de uma tarde sem praia passada em casa a olhar pela L. que ficou doente (apesar de não parecer...), acabei por fotografar alguns daqueles pormenores que o tempo apaga. Agora que olho para trás vejo uma tarde saborosa, aconchegada e surpreendentement agradável. Para juntar à memória futura, aqui fica um cheirinho daquele Alentejo... e da L.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Primeiro dia de aulas



Como esperado: depois de um início dramático, um dia bem passado. No meio de muita trapalhice, contou que fez um desenho para os pais de um "leão bom e amarelo", contou que tem três "teresinhas" (segundo o V., foi a professora que disse, referindo-se às professoras), contou que almoçou "aquelas coisas" (após várias interrogações conseguimos descobrir que eram douradinhos) e contou que não dormiu, só descansou. Não está mau, para primeiro dia :) :)

E hoje chegaram-me à memória todos os primeiros dias de aulas que tive: a chegada, a interpretação do ambiente geral, as pessoas, os professores, os novos e os velhos amigos, as instalações, a logística, os cadernos, os dossiers, as mochilas, os manuais, o papel autocolante, os lápis novinhos e os estojos, o material escolar, o compasso e a régua. E ontem deitei-me às 3 da madrugada para forrar um dossier com fotografias, e hoje estou de rastos e vejo que sim, reconheço, estou com este bom feeling, este friozinho de reentrée na barriga, cheia de ideias, projectos e vontade e muito muito orgulhosa do meu V., que já está na escola. E sim, posso concluir que não é só o V. que entrou na escola, também eu regressei ao passado nas minhas memórias, algumas muito escondidas, e também eu dou uma espreitadela no futuro a tentar construir este novo ano escolar. Boa sorte para todos os que iniciam um novo ano escolar, seja ele qual for. Afinal de contas, nunca se pára de aprender pois não?

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Havaianas


Antes que o verão acabe... e deixem de lhes servir, aqui está a foto das pataniscas com as havaianas. Estas foram oferecidas por uma amiga muito querida directamente do Brasil :)
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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Christiania


Hoje fomos a Christinia, que para quem não sabe é uma comunidade alternativa e autónoma com cerca de 900 residentes dentro de Copenhaga. Têm os seus próprios sistemas de organização, limpeza e sustento, têm as suas próprias escolas e o consumo de drogas leves é livre. Confesso que a entrada foi um pouco estranha ao dar de caras com uma série de "bares" e "esplanadas" com todo [literalmente] o tipo de pessoas, algumas delas com banquinhas com dezenas de tipos de drogas (presumo que leves). O fumo era muito, não se via um turista, muito menos algum com crianças, e eis que chegamos nós, armados até aos dentes de carrinho, mantas, fraldas, mochila, máquinas de fotos e... duas crianças de tentra idade. Só para dar uma ideia, o comentário do V. foi "está muito fumo". Ora estando nós ao ar livre... podem imaginar.

A continuação da visita foi no entanto bem diferente: passando aquele local tudo ficou muito mais pacífico, visitámos uma loja/atelier muito engraçado, passeámos pela comunidade, vimos as suas casas feitas de madeira e tudo o que se possa imaginar de reciclado, as suas casas de banho comunitárias, o forno do pão, o poço para tirar água (presumo), o parque infantil, uma escola de equitação. Tirei algumas fotos, se bem que não muitas porque o tempo escasseava e a logística de mãe é alguma, mas deixo aqui duas que me agradaram: uma caixa postal e uma bicicleta com o seu carrinho de apoio para bebés. Aqui há milhares destas bicicletas com atrelado para transportar bebés, com interiores fantásticos, muito fofinhos e almofadados onde as crianças viajam, pelo menos aparentemente, com muito conforto. Aliás, confesso que gostei tanto desta cidade que me imagino a levar todos os dias as pataniscas à escola dentro daqueles "cestinhos" (nome mais simpático do que atrelado, tendo em conta que estou a falar de transporte de crianças). Este "cestinho"  que vos mostro é engraçado porque ao contrário dos restantes, maioritariamente pretos, este é forrado com um tecido muito querido, azul com pequenas flores. Honestamente, não me parece do tipo mais confortável, mas lá que é querido é.